A Covid-19, o luto e a gestão do corpo morto pela prefeitura de Maringá-PR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/nupem.2021.13.30.235-250

Palavras-chave:

Covid-19, Luto, Gestão de cadáveres, Maringá-PR

Resumo

Partindo de um breve histórico sobre a gestão do corpo morto ao longo da história, verifica-se a relevância dos sepultamentos e da vivência do luto como elementos que permitem aos seres humanos representarem um certo domínio sobre a morte e o morrer. Verifica-se ainda, como o corpo morto é objeto de políticas públicas que visam preservar os vivos e o meio ambiente perante possíveis situações de infecção e poluição do lençol freático bem como de domínio e manejo sobre os corpos mortos. A partir dessa perspectiva, neste artigo discutiremos a gestão do corpo morto pós-Covid-19 frente aos protocolos estabelecidos pela Prefeitura de Maringá, no Paraná. Evento de ordem recente, o estudo realizado a partir análise de documentos administrativos como Decretos e Portarias municipais verificou a mudança expressiva nos rituais de despedida e conjeturou acerca das implicações que tais medidas tem trazido para os vivos, sobretudo os enlutados.

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Publicado

2021-09-15