Indícios de inventividade na prática de professoras alfabetizadoras: possibilidades para o (re)pensar da formação docente
DOI:
https://doi.org/10.33871/23594381.2024.22.3.9857Resumo
O presente artigo se trata de um recorte de uma pesquisa mais ampla, desenvolvida em nível de doutorado. Seu objetivo consiste em apresentar uma reflexão sobre maneiras outras de se pensar a formação de professoras alfabetizadoras, tomando como pressuposto a inventividade que manifestam em seus modos de ser, de fazer e de conduzir o ensino. Para a composição do corpus do estudo, recorreu-se a teses e dissertações defendidas em universidades públicas paulistas entre os anos de 2015 e 2019, com a finalidade de se identificar, a partir de indícios narrativos de seus pesquisadores, de que modo as professoras se apropriam, desviam ou reempregam as propostas formativas em suas práticas cotidianas. A análise do material coletado foi realizada à luz do referencial teórico-metodológico da História Cultural. Os apontamentos resultantes da investigação evidenciaram pistas de que as professoras alfabetizadoras, narradas nas pesquisas, transparecem sua inventividade nas relações entre pares que protagonizam, nas orientações pedagógicas que ressignificam, nos múltiplos sentidos que produzem entre si e com seus alunos, na ordem que subvertem, ainda que sutilmente, enfim, nos rearranjos que fazem em contextos formativos. Desse modo, o investimento em discussões que encorajem, debatam e acolham essa(s) inventividade(s), apostando em uma matriz menos verticalizada e mais dialogada, mostra-se uma vertente promissora para a formação docente.