A UTILIZAÇÃO DE ESTADOS ALTERADOS COMO ESTRATÉGIA DE CONSTRANGIMENTO NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA
Uma Via para a Experiência Sublime
DOI:
https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.10831Palavras-chave:
Sublime, Constrangimento, Estados Alterados, Arte, Experiência TranscendentalResumo
Este artigo propõe uma análise crítica da utilização deliberada de estados alterados de consciência como estratégia de constrangimento na prática artística, com o objetivo de fomentar o acesso a experiências estéticas intensas e transformadoras, associadas ao conceito de sublime. Partindo de uma revisão teórica que reconsidera o papel do constrangimento como elemento constitutivo — e não meramente limitador — da experiência estética, a investigação articula uma abordagem multidisciplinar que envolve filosofia da arte, estudos da consciência e práticas artísticas contemporâneas. São discutidos quatro exemplos paradigmáticos: o uso de substâncias psicotrópicas, a meditação, a hipnose e um processo autoral de experimentação pictórica, centrado na perturbação intencional da lógica e da resposta instintiva. Defende-se que tais constrangimentos, ao desestabilizarem o sujeito criador, operam como dispositivos catalisadores de experiências sublimes, ressignificando o papel da arte enquanto mediadora de estados liminares e de perceção expandida.
Downloads
Referências
Abad Vidal, J. C. (2015). Fernando Maselli, Indagaciones acerca de lo sublime. Recuperado de https://juliocesarabadvidal.wordpress.com/2015/06/30/fernando-maselli-indagaciones-acerca-de-lo-sublime/
Anahory, A. (2002). Leituras do sublime: Lyotard e Derrida. Philosophica, 19/20, 131-154.
Barber, R. K., & Merton, E. (2004). The Travels and Adventures of Serendipity: A Study in Sociological Semantics and the Sociology of Science. Princeton University Press.
Batchelor, D. (2000). From an Aesthetic Point of View: Art and the Senses. Serpent’s Tail.
Bell, J. (2013). Contemporary art and the sublime. In N. Llewellyn & C. Riding (Eds.), The Art of the Sublime. Tate Research. https://www.tate.org.uk/art/research-publications/the-sublime/julian-bell-contemporary-art-and-the-sublime-r1108499
Bishop, C. (2012). Artificial Hells: Participatory Art and the Politics of Spectatorship. Verso.
Bourdieu, P. (1996). Razões práticas: Sobre a teoria da ação. Papirus.
Brandom, R. (1979). Freedom and constraint by norms. American Philosophical Quarterly, 16(3), 187–196.
Burke, E. (2013). Uma investigação filosófica acerca da origem das nossas ideias sobre o sublime e o belo (A. Abranches, J. Costa & P. Martins, Trad.). Edições 70. (Obra original publicada em 1757)
Costelloe, T. M. (Ed.). (2012). The Sublime: From Antiquity to the Present. Cambridge University Press.
Csikszentmihalyi, M. (1990). Flow: The Psychology of Optimal Experience. Harper & Row.
Csordas, T. (2013). Fenomenologia cultural corporeidade: agência, diferença sexual, e doença. Educação, 36(3), 292-305.
Deleuze, G. (1993). Difference and Repetition. Columbia University Press.
Deleuze, G. (1985). L’Image-Temps. Minuit.
Foucault, M. (1975). Discipline and Punish: The Birth of the Prison. Vintage Books.
Foucault, M. (1994). O que é o Iluminismo? (W. F. do Nascimento, Trad.). In Dits et Écrits (Vol. IV, pp. 679–688). Gallimard. (Obra original publicada em 1984)
Hauser, J. (2004). Genes, génios, constrangimentos. Nada, março, 80-90.
Heleno, J. M. (2001). A experiência sensível: ensaio sobre a linguagem e o sublime. Fim de século.
James, W. (1902). The Varieties of Religious Experience: A Study in Human Nature. Longmans, Green & Co.
Kant, I. (1790). Critique of Judgment (J. H. Bernard, Trans.). Macmillan.
Kant, I. (1992). Crítica da Faculdade de Juízo (A. Marques & V. Rohden, Trad.). Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Kant, I. (2004). Crítica da Razão Prática. Brasil Editora.
Lewandowsky, J. D. (2009). Enlightenment and constraint. Public Reason, 1(2), 1-11.
Loureiro, D. (2011). Paisagem Post Mortem. FABUP.
Marina Abramović em entrevista com Anna McNay. (2014). Sobre a exposição 512 Hours, na Serpentine Gallery. Recuperado de https://vimeo.com/98374685
Merleau-Ponty, M. (1945). Phenomenology of Perception. Routledge & Kegan Paul.
Merleau-Ponty, M. (2006). Phenomenology of perception. Routledge.
Morley, S. (Ed.). (2010). The Sublime. Whitechapel Gallery & MIT Press.
Mullican, M. (2006). Entering the picture. Dardo Magazine, jun-sep, 124-145.
Newman, B. (1992). The sublime is now. In J. P. O’Neill (Ed.), Barnett Newman: Select Writings and Interviews (pp. 171-173). University of California Press. (Original work published 1948)
Schiller, F. (1997). Textos sobre o belo, o sublime e o trágico (T. R. Cadete, Trad.). Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Schwartz, R. (Ed.). (2004). Transcendence: Philosophy, Literature, and Theology Approach the Beyond. Routledge.
Shaw, P. (2006). The Sublime. Routledge.
Simão, C. V. (2002). As ideias embaraçosas. Philosophica, 19-20, 291-309. Recuperado de http://www.centrodefilosofia.com/uploads/pdfs/philosophica/19_20/18.pdf
Simmel, G. (2013). Os Alpes. In A. V. Serrão (Coord.), Filosofia da Paisagem (2ª ed.). Ciclo de Filosofia da Universidade de Lisboa.
Slocombe, W. (2006). Nihilism and the Sublime Postmodern. Routledge.
Stokes, P. D. (2006). Creativity from Constraints: The Psychology of Breakthrough. Springer Publishing.
Webber, J. (2009). Freedom. In S. Luft & S. Overgaard (Eds.), The Routledge Companion to Phenomenology. Routledge.
Williams, J. J. (2013). Inferential man: an interview with Robert Brandom. Symploke, 21(1-2).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Art&Sensorium

Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).