TERRITÓRIOS INVISÍVEIS
a arte como disputa do espaço e do sentido nas obras de Joseph Beuys
DOI:
https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.10815Palavras-chave:
Joseph Beuys, arte contemporânea, território simbólicoResumo
Este artigo analisa como a obra de Joseph Beuys transforma a arte contemporânea em um território simbólico de disputa, ativando gestos e materiais que ressignificam o espaço e reorganizam o imaginário coletivo. Parte-se do problema: de que modo sua produção reconfigura o território da arte como espaço simbólico de consagração e confronto? Para isso, a pesquisa adota uma abordagem interdisciplinar que articula arte, antropologia e psicologia, com base nos pensamentos de Mircea Eliade, Carl Gustav Jung e Clifford Geertz. Investiga-se como a escultura social proposta por Beuys atua como gesto fundador e reestruturante, especialmente ao mobilizar materiais como feltro, gordura e mel, compreendidos aqui como catalisadores simbólicos que ativam experiências arquetípicas. As análises apontam que esses elementos operam deslocamentos significativos no campo cultural, tornando visível a dimensão simbólica da criação artística como um modo de reorganizar o sensível. Mais do que representar o mundo, a prática de Beuys parece instaurar zonas de transformação, tensionando as fronteiras entre mito, política e vida cotidiana. Ao propor uma arte que atua diretamente sobre a realidade, sua obra sugere novas formas de relação com o coletivo e com os sistemas simbólicos que nos constituem. Assim, o estudo oferece uma leitura que reconhece a arte como um território ativo de ressignificação e reinvenção cultural.
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