DESVELANDO O ONÍRICO E SEUS FUNDAMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.10764Palavras-chave:
Onírico, arte, inconsciente, maravilhoso, insólitoResumo
Esta proposta se lança na desafiadora tarefa de compreender a manifestação do onírico na arte. Parte da hipótese de que o onírico se estrutura por meio da articulação de três camadas fundamentais: o real (ligado à verossimilhança), o insólito (vinculado ao estranhamento) e o maravilhoso (caracterizado pela ruptura com a lógica empírica). O estudo apoia-se nas contribuições teóricas de Freud, Jung, Deleuze, Lahire, Todorov e outros autores, para refletir sobre como os estudos do inconsciente se entrelaçam com sua manifestação onírica na arte. O artigo analisa, ainda, o filme MEN – Faces do Medo (2022), dirigido por Alex Garland, a partir do conceito de onírico como categoria estética e narrativa no cinema. Por meio da trajetória da protagonista Harper, demonstra-se como a obra mobiliza esses elementos para construir uma narrativa simbólica sobre o luto, o trauma e a opressão patriarcal. A análise propõe que o onírico não se limita a um recurso estilístico, mas constitui um regime de significação que permite a ressignificação da experiência e a crítica simbólica das estruturas sociais.
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