A Leitura de Visualidades Indí­genas por meio do Grafismo Guajajara: notas preliminares para interpretação

Autores

  • Andréa Lima Barros Instituto Federal do Maranhão
  • Bruno de Oliveira da Silva Universidade do Vale do Itajaí­
  • Elloane Carinie Gomes e Silva Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2021.8.1.153-166

Palavras-chave:

Arte gráfica, pintura corporal indí­gena, Guajajara-Tenetehara, material visual

Resumo

Este trabalho faz referência ao povo indí­gena Guajajara-Tenetehara, pertencente ao tronco linguí­stico tupi-guarani e que habita aldeias estabelecidas em vários municí­pios do Maranhão, principalmente às margens dos rios Corda, Mearim e Pindaré. A arte gráfica do grupo é um elemento expressivo de seus significados social, espiritual e identitário, estando conectada a um complexo sistema representativo e conceitual. Esta pesquisa propõe a leitura de elementos que permeiam seus grafismos com a intenção de refletir sobre caracterí­sticas socioculturais e ontológicas no contexto amazônico, bem como compreender alguns marcadores de identidade étnica. A partir da abordagem qualitativa com objetivos exploratório-descritivos e interpretativos, são conduzidas as pesquisas bibliográfica e documental. O estudo em campo subsidiou o desdobramento das análises e concepções subjacentes que convergiram para marcadores visuais capazes de apontar atributos conectados à um vasto acervo de práticas culturais do povo Guajajara.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andréa Lima Barros, Instituto Federal do Maranhão

Bacharela em Administração, especialista em Propaganda, Publicidade e Marketing e em Jornalismo e Marketing Polí­tico pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina (CEUT). Mestra e Doutora em Turismo e Hotelaria pela Escola de Artes, Comunicação e Hospitalidade da Universidade do Vale do Itajaí­ (UNIVALI). Desenvolve pesquisas na área do turismo, cultura e desenvolvimento local e regional.

Bruno de Oliveira da Silva, Universidade do Vale do Itajaí­

Fotógrafo e pesquisador, possui Licenciatura em História pelo Centro Universitário Internacional de Curitiba (UNINTER). Bacharel, Mestre e Doutorando em Turismo e Hotelaria pela Escola de Artes, Comunicação e Hospitalidade da Universidade do Vale do Itajaí­ (UNIVALI). Pós-graduando em Artes (Lato Sensu) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pauta-se nas conexões transdisciplinares de sua formação para desenvolver estudos visuais, tendo como principais objetos: produções fotográficas e fí­lmicas, analisando as significações entre a História, Arte e Turismo na sociedade e suas implicações culturais.

Elloane Carinie Gomes e Silva, Universidade Federal do Pará

Designer de produto. Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Dedica-se a pesquisas interdisciplinares nos campos do Design, Arte e Patrimônio Cultural, investigando os objetos oriundos de expressões artí­stico-culturais das populações tradicionais amazônicas em distintos processos de significação, comunicação e interpretação.

Referências

BARROS, A. L. Sinalizadores de empreendedorismo indí­gena para o turismo: a ressignificação da cultura do povo Guajajara no espaço vivido da aldeia Zutiwa/MA-Brasil. Tese (Doutorado em Turismo e Hotelaria) – Universidade do vale do Itajaí­, Balneário Camboriú, 2019.

BETIM, F. Dois indí­genas Guajajara são assassinados no Maranhão em escalada de violência na zona. 2019. Disponí­vel em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019-12-08/dois-indigenas-guajajara-sao-assassinados-no-maranhao-em-escalada-de-conflito-na-zona.html?rel=listapoyo. Acesso em 20 jan. 2021.

BOTELHO, I. Dimensões da cultura e polí­ticas públicas. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v.15, n.2, p. 73-83, 2001. Doi: https://doi.org/10.1590/S0102-88392001000200011

FREIRE, J. R. B. Tradição oral e memória indí­gena: a canoa do tempo. In: SALOMíO, Jayme. América: descoberta ou invenção. 4º Colóquio UERJ. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 1-28.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

LAGROU, E. Arte ou Artefato? Agência e significado nas artes indí­genas. PROA Revista de Antropologia e Arte, [s.l.], v. 1, n. 2, 2010, p. 01. Disponí­vel em: https://www.ufrgs.br/ppgas/portal/arquivos/orientacoes/LAGROU_Els._2010.pdf. Acesso em: 20 jan. 2021.

_____. Uma reflexão sobre uma arte perspectivista. In: SEVERI, C.; LAGROU, E. (Orgs.). Quimeras em diálogo: grafismo e figuração na arte indí­gena. Rio de Janeiro: Editora 7 Letras, 2013, p. 68-69.

LAGROU, E.; VELTHEM, L. H. V. As artes indí­genas: olhares cruzados. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, São Paulo, n. 87, p.133-156, 2018. Disponí­vel em: https://www.anpocs.com/index.php/bib-pt/bib-87/11596-as-artes-indigenas-olhares-cruzados/file. Acesso em: 20 jan. 2021

LARAIA, R. de B. Cultura: um conceito antropológico. 14 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

MARTíN, G.; ASÓN, I. Comunicação gráfica entre os indí­genas do Nordeste do Brasil. Revista Nordestina de História do Brasil, Cachoeira, vol. 1, n. 1, p. 46-65 2019. Doi: https://doi.org/10.17648/2596-0334-v1i1-991

NEVES, I. dos S.; CARDOSO, A. S. P. Patrimônio cultural Tembé-Tenetehara: terra indí­gena alto rio Guamá. Belém: IPHAN, 2015.

NEVES, I.; CORRÊA, M. Sentidos da Pele Aikewára. Belém: Ed. da Unama, 2011.

OLIVEIRA, A. C. A. Wyrau"™haw: A Festa da Menina-Moça do povo indí­gena Tenetehara/Guajajara. Amazônica: revista de antropologia, [s.l.], v.11, 2019, p. 874. Doi: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.6591

PESSIS, AM.; GUIDON, N. Registros rupestres e caracterização das etnias pré-históricas. In: VIDAL, L. (Org.). Grafismo indí­gena: estudos de antropologia estética. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Editora da Universidade de São Paulo, 2000, p. 19-34.

Instituto Socioambiental – ISA. Povos Indí­genas no Brasil. Huni Kuin (Kaninawá), 2018. Disponí­vel em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Huni_Kuin_(Kaxinaw%C3%A1). Acesso em 8 jan. 2021.

_____. Wajãpi, 2018. Disponí­vel em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Waj%C3%A3pi. Acesso em 8 jan. 2021.

_____. Guajajara, 2020. Disponí­vel em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara . Acesso em 10 jan. 2021.

RUBIM, A. A. A. Polí­ticas Culturais; entre o possí­vel e o impossí­vel. In: NUSSBAUMER, G. M. (Org.). Teorias e Polí­ticas da Cultura. Salvador: EDUFBA, 2007, p. 33-47.

Sí, M. J. R. de; SILVA, M. das G. Etnoecologia indí­gena: saberes e fazeres culturais no cotidiano Tentehar. Tellus, Campo Grande, n. 33, p. 91-113, 2017. Doi: https://doi.org/10.20435/tellus.v17i33.447

SAPIEZINSKAS, A. Como se constrói um artesão: negociações de significado e uma "˜cara nova"™ para as "˜coisas da vovó. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, vol. 18, n. 38, p. 133-158, 2012. Doi: https://doi.org/10.1590/S0104-71832012000200006

SCRODER, P. Guajajara. In: Associação Carlo Ubbiali; Instituto EKOS; Instituto Socioambiental (Org.). Os í­ndios do Maranhão. O Maranhão dos í­ndios (Livro eletrônico). Disponí­vel em: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/0QD00106.pdf. Acesso 20 fev. 2021.

SEVERI, C.; LAGROU, E. (Orgs.). Quimeras em diálogo: grafismo e figuração na arte indí­gena. Rio de Janeiro: Editora 7 Letras, 2013.

SILVA, T. F. da. História da lí­ngua Tenetehára: contribuição aos estudos histórico-comparativos sobre a diversificação da famí­lia linguí­stica tupí­-guaraní­ do tronco tupi. Tese (Doutorado em Linguí­stica) – Universidade de Brasí­lia, Brasí­lia, 2010.

TOCHETTO, F. B. Possibilidades de interpretação do conteúdo simbólico da arte gráfica Guarani. Estudos Ibero-Americanos, [s.l.], vol. 22, n. 1, p. 27-46, 1996. Doi: https://doi.org/10.15448/1980-864X.1996.1.28774

TURNER, T. Social body and embodied subject: bodiliness, subjectivity, and sociality among the Kayapo. Cultural Anthropology, [s.l.], vol. 10, n. 2, p. 143-170, 1995. Disponí­vel em: https://www.jstor.org/stable/656331?seq=1. Acesso em 20 jan. 2021.

VELTHEM, L. H. V. Artes Indí­genas: notas sobre a lógica dos corpos e dos artefatos. Textos escolhidos de cultura e arte populares, Rio de Janeiro, vol. 07, n. 1, p. 55-65, 2010. Doi: https://doi.org/10.12957/tecap.2010.12052

VIDAL, L. Ornamentação corporal entre grupos indí­genas. In: FUNARTE – Instituto Nacional de Artes Plásticas. Arte e Corpo: pintura sobre a pele e adornos de povos indí­genas brasileiros. Rio de Janeiro: FUNARTE: INAP, 1985, p. 14-19.

_____. Iconografia e grafismos indí­genas, uma introdução. In:

VIDAL, L. (Org.). Grafismo indí­gena: estudos de antropologia estética. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Editora da Universidade de São Paulo, 2000, p. 13-19.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

WAGLEY, C.; GALVíO, E. Os í­ndios Tenetehara (uma cultura em transição). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1961.

ZANNONI, C. Mito e sociedade Tenetehara: notas preliminares para análise. Cadernos de Campo, n. 5, 1999. Disponí­vel em: https://periodicos.fclar.unesp.br/cadernos/article/view/10312 . Acesso em: 20 jan. 2021.

Downloads

Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

Artigos