MATÉRIA VISÍVEL, MATÉRIA TANGÍVEL: ENTRE A FÍSICA CONTEMPORÂNEA E A ESCULTURA NO CAMPO EXPANDIDO

Autores

  • Margarida Alves Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2017.4.2.255-268

Palavras-chave:

Matéria, Escultura Contemporânea, Fí­sica Contemporânea, Campo Expandido.

Resumo

Pretendemos reflectir, neste artigo, acerca do conceito de matéria na escultura contemporânea, integrando elementos formais e conceptuais oriundos da fí­sica. Propomos um enquadramento da escultura no domí­nio do "˜campo expandido' de Rosalind Krauss e, através desta contextualização, admitimos a expansão do conceito de matéria na escultura a escalas que vão muito para além da percepção humana, ou seja, entrando nos domí­nios do universo cosmológico e do infimamente pequeno que aprofunda.

Deste modo, integraremos na nossa reflexão diferentes escalas e respectivos limites de visibilidade da matéria: 1) Limites de visibilidade da matéria decorrentes da percepção humana (escala do corpo - escala do homem; fí­sica newtoniana); 2) Limites de visibilidade da matéria infimamente pequena (recurso a dispositivos analógicos e digitais e final substituição da escala espacial contí­nua pela quantificação energética probabilí­stica - não contí­nua; integração da fí­sica quântica); 3) Limites de visibilidade da matéria infinitamente grande (recurso a dispositivos analógicos e digitais e final substituição da fí­sica newtoniana - contí­nua e linear - pela relatividade geral - contí­nua e não linear); 4) Retorno à escala do homem (integração de objectos intangí­veis no nosso olhar/ percepção humana e sua respectiva racionalização e possibilidade de construção criativa a partir dos mesmos).

Do ponto de vista cientí­fico, pretendemos debruçar-nos na temática, por si só complexa, da "˜matéria visí­vel', ou seja, da matéria detectável pelos nossos sentidos e pelos instrumentos/dispositivos analógicos e digitais de amplificação do espectro da visão. Tal não significa que não seja feita uma contextualização epistemológica no âmbito da "˜matéria negra', deixando um espaço em aberto para a possibilidade da natureza constituinte da "˜matéria negra' constituir a nossa própria natureza e, naturalmente, a natureza da escultura. Por isso, e no que diz respeito ao conceito de matéria, integraremos também as reflexões Dufrenniana e Bachelardiana (que tratam a invisibilidade enquanto fonte do visí­vel).

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Biografia do Autor

Margarida Alves, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa

O trabalho artí­stico de Margarida Alves tem um carácter interdisciplinar e incide sobre questões de cariz existencialista, que abrangem temas associados í  origem, alteridade, construções históricas, cientí­ficas e filosóficas da realidade.

Estudou Escultura (FBAUL), Arte e Ciência do Vidro (FCTUNL; FBAUL), Engenharia Civil (FCTUNL) e frequenta actualmente o Doutoramento em Escultura, Belas Artes (FBAUL) como investigadora bolseira da UL. É artista residente no colectivo interdisciplinarAtelier Concorde.

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Publicado

2017-12-19

Edição

Seção

Artigos