THÉODORE GÉRICAULT E SEBASTIÃO SALGADO: CONECTADOS PELO OLHAR DO ROMANTISMO.

Autores

  • Virgilio Neves UNESP/Instituto de Artes

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2017.4.2.144-158

Palavras-chave:

Sebastião Salgado, Romantismo, Géricault, Pintura romântica, Fotografia

Resumo

As fotografias de Sebastião Salgado contêm muito mais do que um apelo fotojornalí­stico. Nelas, as relações sociais e a natureza apresentam-se dilaceradas, corrompidas e fragmentadas pelas ações do próprio homem. Apesar de todas as crí­ticas de oportunismo estético que cercam a obra do fotógrafo, não há como não enxergar um olhar que ultrapassa a realidade e nos coloca diante de um comentário sensí­vel e subjetivo sobre perdas, trazendo uma reflexão sobre os efeitos da era pós-revoluções industriais sobre os indiví­duos. Salgado mergulha também no seu próprio universo e parece refugiar-se nele. Este impulso do fotógrafo para dentro de si mesmo, traz semelhanças com o dos artistas do perí­odo romântico. E do ponto de vista formal, relações semelhantes também podem ser percebidas. A proposta deste estudo é apontar as possí­veis relações intertextuais que poderiam existir entre dois retratos: uma fotografia feita por Sebastião Salgado em 1985 em Mali e uma pintura de Théodore Géricault, de 1822. Apesar de produzidas em linguagens distintas, separadas pelo tempo, ambas compõem, com profunda comoção, retratos da natureza humana. Sob a ótica da iconografia e da iconologia de Erwin Panofsky, iremos identificar em Salgado, uma postura tão romântica quanto a de Géricault em sua pintura.

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Publicado

2017-12-19

Edição

Seção

Artigos