A formação inicial de educadores sociais no contexto dos cursos tecnológicos e de pedagogia: primeiras aproximações de um debate

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DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2017.15.2.1773

Resumo

O texto discute a formação do educador social a partir da análise bibliográfica da educação profissional, buscando responder que tipo de formação mais se adequaria ao profissional que trabalha com as situações de marginalidade. Essa questão surge do intenso debate nacional sobre a regulamentação profissional da educação social, possibilitado por dois projetos de leis: um na Câmara dos Deputados e o outro no Senado Federal, respectivamente, PL nº 5346/2009 e PL nº 328/2015, que estipulam a formação de ensino médio e superior como o mí­nimo para atuar no trabalho educativo social. Essa decisão suscitou divergências entre os educadores e intelectuais do campo da educação social, posto que tais formações possibilitam uma atuação profissional diversificada e diferente. Por esse motivo, tem-se analisado a possibilidade do tipo de formação superior para atuar na educação social, que tipo de graduação melhor se adequa ao trabalho educativo social, se de graduação curta em tecnologia de educação social, ou de graduação plena em pedagogia. Aqui, o intuito é compreender o que significa uma e outra formação, como forma de contribuir para o debate a partir do que vem analisando a área de Trabalho e Educação.

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Biografia do Autor

Antonio Pereira, Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação I

Doutor em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia. Prof. do Programa de Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos, Universidade do Estado da Bahia. Lí­der do Grupo de Pesquisa Educação Social, Curriculo e Formação de Educadores Sociais.

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Publicado

2017-07-18