Cultura estética e religiosidade no império português: Os oratórios domésticos em Minas Gerais na época colonial
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2021.8.1.118-137Palavras-chave:
Oratórios, religiosidade, cultura estética, Império português e Minas GeraisResumo
Quando os portugueses colonizaram a América, eles trouxeram consigo suas devoções. Uma das formas de venerá-las foi a construção de um artefato, móvel de proporções variadas, destinado à vivencia devocional cotidiana conhecido como oratório. O objetivo deste artigo é observar os traços que definem, e os elementos que constituem, a sua forma, para compreender como ele expressa a cultura estética (isto é, os valores compartilhados que configuram as experiências sensoriais em relação ao que se convencionou a chamar de arte após o Romantismo) que predominaram na sociedade mineira colonial. Para isso, serão utilizados oratórios conservados no Museu do Oratório, localizado na cidade de Ouro Preto (antiga vila colonial, tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade em 1980), os quais serão classificados, iconograficamente, de acordo com os critérios descritivos propostos por Erwin Panofsky.
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