O uso experimental e inovador de tintas modernas pelo artista Ivan Serpa em obras do começo da década de 1950

Autores

  • João Henrique Ribeiro Barbosa Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2019.6.2.115-130

Palavras-chave:

Tintas modernas, materiais e técnicas, Ivan Serpa, história das tintas no Brasil

Resumo

Essa pesquisa reflete sobre o uso experimental e inovador de tintas modernas por Ivan Ferreira Serpa no começo da década de 1950. Três aspectos serão discutidos: a disponibilidade de tintas modernas com base alquí­dica no Brasil, o artista e seu método de criação e três pinturas produzidas até 1953. O emprego da tinta alquí­dica é inaugural pois embora esse produto estivesse disponí­vel para uso comercial e industrial a sua apropriação na arte ainda não havia sido empregada. Os impactos visuais que esse material possibilitou, no entanto, interessaram o artista que até então utilizava a tinta à óleo artí­stica. As fontes jornalí­sticas citadas nesse texto também são inéditas e expõem pensamentos pessoais de Ivan Serpa bem como a sua preocupação com o uso de novos materiais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Henrique Ribeiro Barbosa, Universidade Federal de Minas Gerais

É graduado em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA-UFMG) e mestre em Artes com ênfase em Preservação do Patrimônio Cultural, curso de pós-graduação da Escola de Belas Artes (PPG-Artes/UFMG). Foi professor substituto de Restauração de Pintura e Escultura do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e está no momento desenvolvento pesquisa de doutorado no PPG-Artes. Interessa-se por história dos materiais, história da arte, conservação e restauração de objetos, com foco no estudo de técnicas e processos de deterioração em esculturas metálicas. Possui experiência em laboratório de quí­mica inorgânica e equipamentos de análise cientí­fica; em metodologias de conservação preventiva em museus e arquivos; em manutenção de esculturas ao relento e acervos de arte contemporânea; e em prática de restauração de esculturas policromadas.

Referências

Abstracionismo e Ripolin na Casa de Serpa. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 17, 1952.

AULER, H. Atelier. Correio Brasiliense, Brasí­lia, p. s/p., 19 abr. 1975.

BARBOSA, J. H. R.; SOUZA, L. A. C. S. Arte construtiva brasileira: o uso de materiais pictóricos industriais pelos artistas nas décadas de 1950 e 1960. 2015. Universidade Federal de Minas Gerais, [s. l.], 2015. Disponí­vel em: <http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ARTJTM>

BARCINSKI, F. W.; SIQUEIRA, V. B.; FERREIRA, H. M. D. Ivan Serpa. Rio de Janeiro: Instituto Cultural The Axis, 2003.

DEL NEGRO, C. As cores. Revista de Quí­mica Industrial – RQI, Rio de Janeiro, p. 20, 1945.

Exposição de Ivan Serpa e pintura de crianças no EE. UU. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 11, 5 jun. 1954.

FERREIRA, H. M. D. O professor Ivan Serpa: importância das artes plásticas na educação. Rio de Janeiro.

GOTTSCHALLER, P.; LE BLANC, A. Making Art Concrete: Works from Argentina and Brazil in the Coleción Patricia Phelps de Cisneros. Los Angeles: Getty Conservation Institute and the Getty Research Institute, 2017.

GULLAR, F. 1- O Grupo de São Paulo. Jornal do Brasil - Suplemento Dominical, Rio de Janeiro, p. 9, 17 fev. 1957.

HERKENHOFF, P. Rio de Janeiro: A cidade necessária. In: GABRIEL PÉREZ-BARREIRO (Ed.). The Geometry of Hope: Latin American Abstract Art from the Patricia Phelps de Cisneros. Texas: The Blanton Museum of Art, 2007.

Ivan Serpa, concreto feliz entre as crianças. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 11, 1953.

LEARNER, T. Analysis of Modern Paints. Los Angeles: Getty Publications, 2004.

Lhote visita o museu de Arte Moderna. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 7, 23 jul. 1952.

LOBELLO, M. Renner Herrmann 70 anos: nas cores uma história. São Paulo: Prêmio, 1997.

MASSENA, L. E. Arte concreta brasileira em Veneza. Forma.n. 1., Rio de Janeiro, p. s/p., jun. 1954.

MORAIS, F. Ivan Serpa: pioneirismo e renovação. Diário de Notí­cias, Rio de Janeiro, 18 set. 1968.

MORAIS, F. Ivan Serpa: coerência sem dogmatismo. Diário de Notí­cias, Rio de Janeiro, 24 abr. 1973.

MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO. Restauração de parte da Coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro anterior a 1978. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2014.

NETO, A. P.; HERRMANN, H. F. Indústria de Tintas e Vernizes com Base de Óleos Vegetais no Rio Grande do Sul. Revista de Quí­mica Industrial – RQI, Rio de Janeiro, p. 22, 1953.

O progresso na Indústria de Plásticos e Resinas no Brasil. Revista de Quí­mica Industrial – RQI, Rio de Janeiro, p. 18, 1951.

OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. 2a Edição ed. Rio de Janeiro.

PEDROSA, M. O Salão Moderno. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, p. 8, maio. 1952.

RABELLO, M. Palavra puxa palavra. Conversa com Ivan Serpa. A voz da rua [Jornal infanto-juvenil], Rio de Janeiro, p. 7, 1955.

STANDEVEN, H. A. L. House Paints, 1900-1960: History and Use. Los Angeles: Getty Conservation Institute, 2011.

TINTAS CORAL. Manual de tintas da Coral. São Paulo.

Tintas e Vernizes – Óleos secativos. Revista de Quí­mica Industrial – RQI, Rio de Janeiro, p. 25–26, 1946.

Downloads

Publicado

2019-12-05

Edição

Seção

Artigos