MARIA MARTINS – FORMAS FEMININAS EM DIÁLOGO

Autores

  • Gabriela Semensato Ferreira Mestra e Doutoranda em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

DOI:

https://doi.org/10.33871/23580437.2017.4.2.226-241

Palavras-chave:

Mulheres artistas, Formas femininas, Arte moderna, Arte contemporânea, Maria Martins.

Resumo

Maria Martins foi uma escultora brasileira, conhecida por suas "formas estranhas" e a partir de seus relacionamentos, tanto com o marido, um Embaixador, quanto com outros artistas ilustres do iní­cio do século XX, como Marcel Duchamp. Neste artigo, proponho rever, primeiramente, a crí­tica de sua obra, nos anos 1950 e no iní­cio do século XXI, quando foi retomada, e, em especial, demonstrar possí­veis conexões entre suas formas esculturais hí­bridas e as produções de artistas como a Baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven e Sophie Calle. Para isso, analiso algumas de suas esculturas, como Iara e Impossible, mas também assemblages e ready-mades da Baronesa, assim como dois projetos de Sophie Calle apresentados em Double Game (1999), estabelecendo relações entre essas obras e alguns dos objetos construí­dos ou "reapropriados" por Marcel Duchamp. A partir dessas análises e dos diálogos formados, percebe-se que a dimensão do corpo feminino (mas também do corpo meio humano, meio animal e vegetal), nas esculturas e outros objetos, reposiciona a "modelo" ou objeto de uma reprodução como aquela que lança o olhar e também cria e reflete. Assim, os nomes das obras e das posições ocupadas pelas artistas – baronesa, embaixatriz, detetive, etc. – são retomados a partir de sentidos e perspectivas diversos, indicando não mais posições ou funções limitantes; e os tí­tulos das obras desenvolvidas por elas também são reconsiderados. Através dessas ligações, e suas consequentes diferenças, formulam-se reflexões sobre a questão da reprodução, da réplica ou da cópia (e dos moldes ou modelos) e, portanto, da série, o que leva a pensar nas problemáticas acerca da modernidade, com teóricos como Walter Benjamin e Jacques Derrida.

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Biografia do Autor

Gabriela Semensato Ferreira, Mestra e Doutoranda em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Mestra em Letras, com ênfase em Literatura Comparada, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutoranda em Letras na mesma universidade, na linha de pesquisa Teoria, Crí­tica e Comparatismo, com enfoque no estudo das relações entre as artes. Atualmente desenvolvo Doutorado Sanduí­che na Brown University, nos Estados Unidos.

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Publicado

2017-12-19

Edição

Seção

Artigos