As histórias de leituras dos estagiários de um curso de Licenciatura em Quí­mica

Autores

  • Wallace Alves Cabral Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Cristhiane Carneiro Cunha Flôr Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2017.15.1.927

Resumo

O presente trabalho dialoga com algumas das histórias de leituras dos estagiários em licenciatura em Quí­mica. Acreditamos que é necessário no ensino escolar e universitário, contribuirmos com a construção da história de leitura dos estudantes, estabelecendo relações intertextuais e resgatando a história dos sentidos do texto. Nesse contexto, esta pesquisa visa compreender as histórias de leituras construí­das dentro e fora do ambiente escolar, bem como as influências das atividades discutidas e desenvolvidas nas disciplinas de estágio. Após o desenvolvimento dessas atividades, uma roda de conversas com os estudantes foi elaborada com o intuito de discutir as principais questões em torno da linguagem. Para o exercí­cio da análise da transcrição da roda de conversas, tomamos como referencial teórico a análise do discurso de linha francesa, com ênfase nos trabalhos da Eni Orlandi. Os resultados apontaram que, de modo geral, as disciplinas especí­ficas do curso de Quí­mica não contribuem para o desenvolvimento de outras questões da linguagem, reforçando o caráter técnico dos relatórios produzidos nesse momento da formação inicial. Em contrapartida, as disciplinas pedagógicas da Licenciatura em Quí­mica possibilitaram uma nova forma de ler e escrever. Além disso, alguns estagiários são marcados pelas avaliações escolares que, muitas vezes, desconhecem as histórias de leituras dos estudantes e consideram a linguagem como transparente. Diante das atividades de leitura e escrita que foram desenvolvidas nas disciplinas de Estágio, os estudantes apontaram para a importância de discutir e vivenciar atividades de leitura e escrita nesse momento da formação inicial. Podendo ser uma porta para mudanças nas práticas da Educação Básica, uma vez que acreditam que discutir a linguagem não é papel exclusivo do professor de português.

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Biografia do Autor

Wallace Alves Cabral, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestre em Educação pelo PPGE-UFJF(2013-2015), Doutorando pelo PPGE-UFJF, licenciado em Quí­mica pela UFJF (2012). Atualmente professora da rede pública e privada na cidade de Juiz de Fora - MG. Além disso, atuo a 4 anos como tutor do curso de licenciatura em Quí­mica - EaD da UFJF.

Cristhiane Carneiro Cunha Flôr, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui Licenciatura em Quí­mica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2002), Mestrado em Educação Cientí­fica e Tecnológica pela UFSC (2005) e Doutorado em Educação Cientí­fica e Tecnológia também pela UFSC (2009). Atualmente é professora adjunta na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e do Programa de Pós Graduação em Educação da UFJF. Coordena o Grupo de Pesquisa Co(m)textos cadastrado no CNPq.

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Publicado

2017-03-20