Pesquisa em educação ambiental formal no Brasil (2004 -2013), reflexões a partir de olhares de formação biológica.

Autores

  • Adriana Massaê Kataoka Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná - UNICENTRO.
  • João Fernando Ferrari Nogueira Universidade Federal do Rio Grande - FURG

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2016.14.1.894

Resumo

Desde o surgimento das ciências sociais, a influência do paradigma positivista dificultou o estabelecimento de um campo epistemológico mais apropriado para os estudos relativos ao contexto humano. Nas ciências da educação, como em outras, observa-se em um primeiro momento a tentativa de adotar os métodos das ciências naturais na pesquisa em busca de reconhecimento cientí­fico. Movimento este que vem sendo progressivamente superado, também é constatado na Educação Ambiental, tanto por possuir origem nos movimentos ecologistas como por herdar o arcabouço teórico das ciências da educação, e assim compartilhar dos mesmos problemas epistemológicos. Partindo de questionamentos que surgem da formação em ciências biológicas dos autores e de uma postura hermenêutica, procurou-se investigar o uso das diferentes abordagens epistemológicas na pesquisa em Educação Ambiental, para então buscar a participação de pesquisadores com formação na área da biologia. Em um recorte da produção relacionada à educação formal, constatou-se que os biólogos têm adotado abordagens empí­rico-analí­ticas, em detrimento a outras quem vêm se desenvolvendo no âmbito das ciências humanas. Buscando relacionar essa prática a formação destes pesquisadores, analisou-se o currí­culo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (UNICENTRO). Constatou-se então que o mesmo evoluiu nos últimos anos na formação filosófica oferecida aos alunos. Mas ao realizar entrevistas com graduandos e pós-graduandos, os resultados mostram que a realidade do currí­culo ainda está distante da efetiva superação da mentalidade positivista do curso. Discussões relativas à formação, associadas a práticas inovadoras precisarão buscar novos caminhos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Massaê Kataoka, Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná - UNICENTRO.

Doutora em Ciências, docente do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO.

João Fernando Ferrari Nogueira, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Professor de Ciências\Biologia eMestrando pelo Programa de Pós-graduação em Educação Ambiental - PPGEA daUniversidade Federal do Rio Grande - FURG.

Referências

CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

CARVALHO, I. C. M.; GRÜN, M. Hermenêutica e Educação Ambiental: o educador como intérprete. In: FERRARO JÚNIOR, L.A. (Org.) Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasí­lia: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005, p. 175-188.

CARVALHO, L. M.; TOMAZELLO, M. G. C.; OLIVEIRA, H. T. 2009. Pesquisa em educação ambiental: Panorama da produção brasileira e alguns de seus dilemas. Cad. Cedes, Campinas, vol. 29, n. 77, p. 13-27, jan./abr.

CLARO, L. C.; PEREIRA, V. A. No horizonte da fenomenologia: entre conceitos e possibilidades. In: PEREIRA, V. A.; CLARO, L. C. Epistemologia & metodologia nas pesquisas em Educação. Passo Fundo: Méritos, 2012, p. 73-90.

DUARTE, N. A Pesquisa e a formação de intelectuais crí­ticos na Pós-graduação em Educação. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 89-110, jan/jun. 2006.

GOMES, J. C.; ALMEIDA, K. P. G.; SILVA, V. B. Por que a escola indí­gena é masculina? Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 29, jul./dez. 2012.

LOUREIRO, C. F. B. (Org.) Cidadania e meio ambiente. Salvador: Centro de Recursos Ambientais da Bahia, 2003.

LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

MARQUES, M. O. Escrever é preciso: o princí­pio da pesquisa. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

NOVICKI, V. Abordagens teórico-metodológicas na pesquisa discente em educação ambiental: programas de pós-graduação em educação do Rio de Janeiro (1981-2002). In: REUNIíO ANUAL DA ANPEd, 26., 2003, Poços de Caldas. Anais... Poços de Caldas: ANPEd, 2003.

OLIVEIRA, H.T.; FARIAS, C. R. O.; PAVESI, A.; CINQUETTI, H. C. S. Mapeamento da educação ambiental nas instituições brasileiras de educação superior: elementos para polí­ticas públicas. Brasí­lia, DF: DEA/MMA, 2007. (Documentos técnicos n. 12).

PEREIRA, V. A.; DIAS, J. R. L.; LEMOS, L. O. Caminhos epistemológicos e metodológicos. In: PEREIRA, V. A.; CLARO, L. C. Epistemologia & metodologia nas pesquisas em Educação. Passo Fundo: Méritos, 2012, p. 11-30.

PINHEIRO, P.; KINDEL, E. A. I. Debates sobre filmes infantis em sala de aula: uma ferramenta contra a posse de animais silvestres. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 30, n.2, p. 27 - 48, jul./dez. 2013.

PIRES, í. P. Sobre algumas questões epistemológicas de uma metodologia geral para as ciências sociais. In: POUPART, J.; DESLAURIERS, J-P.; GROULX, L-H.; LAPERRIÈRE, A.; MAYER, R.; PIRES. í. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Editora Vozes, 2008, p. 43-95.

REIGOTA, M. O Estado da Arte da Pesquisa em Educação Ambiental no Brasil. Pesquisa em Educação Ambiental. vol. 2, n. 1 – pp. 33-66, 2007.

SíNCHEZ GAMBOA, S. Epistemologia da pesquisa em educação. 1987. Tese (Doutorado em Educação) – Unicamp, Campinas, 1987. Disponí­vel em: <http://www.geocities.ws/grupoepisteduc/teseelivro.html> Acesso em: 01 jul. 2015.

SíNCHEZ GAMBOA, S. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. 2. ed. Chapecó: Argos, 2012.

SARAÇOL, P. V.; DOLCI, L. N.; PEREIRA, V. A. Hermenêutica e educação: um encontro com a pesquisa social. In: PEREIRA, V. A.; CLARO, L. C. Epistemologia & metodologia nas pesquisas em Educação. Passo Fundo: Méritos, 2012, p. 91-128.

SEVERINO, A. J. A Relevância Social e a Consistência Epistêmica da Pesquisa em Educação: alguns subsí­dios para se avaliar a pesquisa em Educação Ambiental. EDUCAÇíO: Teoria e Prática. vol. 9, nº 16-17, p. 10-16, jan./dez. 2001.

SILVA, J. M. O que pesquisar quer dizer: como fazer textos acadêmicos sem medo da ABNT e da CAPES. Porto Alegre: Sulina, 2010.

SOUZA, O. Abordagens fenomenológico-hermenêuticas em pesquisas educacionais. Contrapontos: Revista de Educação da Univali, Itajaí­, v. 1, n.1, p. 31-38, jan/jun. 2001.

TOZONI-REIS, M. F. C. Educação ambiental: referências teóricas no ensino superior. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 5, n. 9, p. 33-50, 2001.

TOZONI-REIS, M. F. C. Pesquisa-ação: Compartilhando saberes; pesquisa e ação educativa ambiental. In: FERRARO JÚNIOR, L.A. (Org.) Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasí­lia: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005, p. 267-276.

UHMANN, R. I. M.; ZANON, L. B. Ações pedagógicas no ensino de fí­sica com foco na educação ambiental. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 29, jul./dez. 2012.

UNICENTRO. Pró-reitoria de Ensino. Grades e Ementas. Disponí­vel em: < http://www2.unicentro.br/proen/grades-e-ementas/> Acesso em: 01 jul. 2015a.

UNICENTRO. Sistema de Gestão Universitária. Pesquisa de Planos de Ensino. Disponí­vel em: < http://sguweb.unicentro.br/pdplanoensinos/pesquisa> Acesso em: 01 jul. 2015b.

Downloads

Publicado

2016-06-09