Refletindo sobre os estudos de gênero, feministas e a história pública: possibilidades epistêmicas na fronteira

Autores

  • Cláudia Regina Nichnig Universidade do Estado de SAnta Catarina - UDESC Universidade do Estado do Paraná - UNESPAR
  • Anna Carolina Horstmann Amorim Universidade do Estado do Mato Grosso do Sul - UEMS

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2021.19.1.80-97

Palavras-chave:

Estudos de Gênero e Feministas, Ensino de História, Experiências de ensino

Resumo

Quais seriam as propostas epistêmicas que uma experiência de ensino e pesquisa realizada em espaços marginais, permitem para a produção do conhecimento cientí­fico realizado fora do centro? A partir dos estudos de gênero e feministas, duas professoras de humanas propõem dialogar sobre suas propostas de intervenção como professoras que participam de atividades realizadas no Programa ProfHistória – Mestrado Profissional em História, mas também em outros espaços na universidade. Em diálogo com a História Pública, o artigo busca refletir sobre o impacto da aproximação com as alunas e alunos na produção do conhecimento pela própria professora/pesquisadora, que ao se reconhecerem como outsider within, uma forasteira de dentro (Collins, 2016), percebem transformações em suas pesquisas e em suas próprias subjetividades.

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Biografia do Autor

Cláudia Regina Nichnig, Universidade do Estado de SAnta Catarina - UDESC Universidade do Estado do Paraná - UNESPAR

Claudia Regina Nichnig é doutora em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013), na área de Estudos de Gênero. Pós-doutora em História, pela UFSC e pós-doutora em Antropologia Social no CNRS, EHESS, Universidade Jean Jaures, em Toulouse, França. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003), graduação em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí­ (1999), especialização em Direito Civil e Direito do Trabalho. Mestra em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008). Realiza doutorado em História no Programa de Pós Graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina, sob a orientação da Prof. Doutora Silvia Maria Favero Arend. Atua principalmente nos seguintes temas: feminismos no Brasil; famí­lia no Brasil contemporâneo; gênero e direito, conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo e homoparentalidades no Brasil e na França, violências de gênero, migrações, pesquisa e ensino em História; mulheres indí­genas.

Anna Carolina Horstmann Amorim, Universidade do Estado do Mato Grosso do Sul - UEMS

Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná. Mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professora adjunta de Antropologia no curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e do Mestrado Profissional em Ensino de História - ProfHistória. É pesquisadora vinculada ao Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia (CEPEGRE) da UEMS. Realiza pesquisa nas áreas de gênero, feminismos, lesbianidades, homoparentalidades, parentesco, educação e diversidade.

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Publicado

2021-05-31