Quando jogar é aprender: um estudo das percepções discentes frente ao ensino com jogos sociológicos

Autores

  • Vergas Vitória Andrade Silva Escola de Aplicação da UFPA

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2020.18.2.36-47

Resumo

O artigo investiga a aplicabilidade dos jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem em sociologia. Para isso, recorre às experiências vivenciadas por discentes do 1º ano do ensino médio da Escola de Aplicação/UFPA, envolvidos no projeto de ensino "Quando jogar é aprender" , como objeto de estudo do presente estudo. Mais detidamente, o foco da análise recai sobre a percepção desses discentes diante das ações do projeto, cujo escopo foi empregar os jogos como recurso didático e suporte para a compreensão de conteúdos sociológicos. Para dar conta do propósito desse artigo, lançamos o seguinte problema de pesquisa: quais são as percepções dos discentes frente às estratégias de ensino com jogos sociológicos? Nossa hipótese central reitera a asserção segundo a qual o uso dos jogos nas aulas de sociologia põe em movimento um conjunto diverso de aprendizados, dado a dinamicidade que essa estratégia de ensino detém de mobilizar conteúdos e conceitos de forma lúdica e descontraí­da. Em termos metodológicos, produzimos uma análise cuja abordagem pretendeu-se quanti-qualitativa. O enfoque de nossa investigação empí­rica sustentou-se na análise das percepções dos discentes obtidas por intermédio de respostas a um questionário, composto por questões fechadas categóricas e escalares. Do ponto de vista da abordagem teórica, este estudo fundamenta sua análise à luz da perspectiva que considera o jogo um recurso profí­cuo ao processo e ensino-aprendizagem no qual se cria um clima propí­cio ao desenvolvimento e à aprendizagem, pois motiva os estudantes na superação de obstáculos cognitivos e emocionais, desperta o interesse, estimula a reflexão, a descoberta, a assimilação e possibilita uma melhor integração nas relações sociais. Os resultados deste estudo demonstraram que os jogos apresentaram, nas vivências em sala de aula, um caráter formativo diante das possibilidades que se abriram ao ato de jogar. Foram atividades prestadas à múltiplas formas de expressão e, ao mesmo tempo, possibilitaram a construção de conhecimentos significativos, cujo uso se deu também no cotidiano dos(as) estudantes.

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Publicado

2020-06-09