Dobraduras e colagens no ensino de geometria para estudantes cegos do ensino fundamental no perí­odo de contra turno

Autores

  • Neuza Rejane Wille Lima UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE BIOLOGIA CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM DIVERSIDADE E INCLUSÃO
  • Tânia Maria Moratelli Pinto

DOI:

https://doi.org/10.33871/23594381.2017.15.4.1448

Resumo

A aceitação, a compreensão e a eficácia do ensino em tempo integral, envolvendo o contra turno têm sido amplamente discutidas por pesquisas e polí­ticas educacionais no Brasil. Na maioria das vezes o ensino realizado no contra turno representa um mero reforço da classe regular. Entretanto, atividades lúdicas envolvendo os conteúdos programáticos podem tornar o contra turno mais proveitoso. O objetivo do estudo foi realizar e avaliar a eficácia de seis oficinas envolvendo atividades lúdicas com utilização de materiais reaproveitáveis ou de baixo custo para construir objetos e abordar os elementos geométricos do triangulo retângulo, figuras plana e não plana e do cí­rculo, visando promover a construção de conhecimentos sobre conteúdos de matemática em 14 estudantes cegos do 6º. ao 9º. ano do ensino fundamental no perí­odo de contra turno. Os estudantes não tiveram dificuldade em seguir as instruções fornecidas pela professora e souberam cada um ao seu tempo, responder corretamente, na maioria das vezes, sobre os nomes que recebem os lados de um triângulo retângulo a partir da dobradura de uma sacola plástica, sobre as linhas paralelas e perpendiculares que formavam a sacolinha de papel e sobre os elementos geométricos dos cí­rculos utilizados para realizar a colagem de uma flor em um jardim. A partir dessas atividades lúdicas foi possí­vel vislumbrar as potencialidades dos estudantes em questão, considerando as suas necessidades e especificidades, pois, mesmo sem enxergar, eles conseguiram realizar as tarefas propostas e tiraram proveito dos conteúdos possí­veis de serem trabalhados. O estudo realizado envolveu o planejamento, a execução e a testagem da produção de materiais e práticas pedagógicas podem servir na aprendizagem de matemática por estudantes cegos, sendo mais um suporte para a prática da educação inclusiva que também podem ser aplicada tanto para estudantes de baixa visão como para estudantes videntes.

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Biografia do Autor

Neuza Rejane Wille Lima, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE BIOLOGIA CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM DIVERSIDADE E INCLUSÃO

Bióloga e Mestre em Biofí­sica (UFRJ, 1983 e 1987), Doutora em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCar, Rutgers University - USA, 1993). Professora Associada do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, Subcoordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão (CMPDI www.cmpdi.uff.br), Presidente da Associação Brasileira de Diversidade e Inclusão (ABDInhttp://abdindiversidadeeinclusao.blogspot.com.br)

Tânia Maria Moratelli Pinto

Licenciada em Matemática pela Fundação Educacional Unificada Campograndense, Professora do Instituto Benjamin Constant (IBC), Mestre em Diversidade e Inclusão pela Universidade Federal Fluminense (UFF)

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Publicado

2017-08-09